05 julho, 2009

O projeto Lebensborn ou Primavera da vida

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Lebensborn ou Primavera da vida, foi um dos mais secretos e terríveis projetos levados a cabo pelos nazis. Heinrich Himmler criou o Lebensborn a 12 de Dezembro de 1935 com o objetivo de tornar a raça germânica pura, ou seja, esta sociedade oferecia a jovens mulheres racialmente puras a possibilidade de secretamente dar à luz uma criança. O bebé ficava então a cargo das SS que tratava da respectiva educação e adoção.

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As crianças nasciam em casas mantidas especificamente para tal , que serviam para que as mães tivessem os seus filhos, dando a muitas mães solteiras ou viúvas um local seguro. As mães que habitavam as casa eram escolhidas com base em suas ascendências, para que apenas mães que gerassem filhos arianos pudessem permanecer. O Objetivo era doar essas crianças a oficiais SS para que fossem criadas perante a doutrina eugênica nazista. Muitas das crianças nascidas no Lebensborn, uma vez que ficavam a cargo das SS e sem o contato com as mães e sem afeto dos pais tornaram-se autistas.

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A partir de 1939, o lado mais negro da política do Lebensborn foi o rapto de crianças racialmente aceitáveis nos países ocupados da Europa de Leste. Estes raptos eram organizados pelas SS com o intuito de recolher as crianças que tinham os traços da raça ariana (cabelo louro, olhos azuis, etc..). Milhares de crianças foram transferidas para os centros Lebensborn com o objetivo de serem germanizadas. Nestes centros, tudo era feito para que as crianças rejeitassem e esquecessem os seus pais biológicos. Como exemplo, as enfermeiras das SS tentavam persuadir as crianças que estas tinham sido deliberadamente abandonadas pelos seus pais. As crianças que recusavam a educação nazi eram castigadas, sendo que a maioria era finalmente transferida para campos de concentração (normalmente era o de Kalish na Polônia) e exterminadas. As restantes eram adotadas por famílias SS.

Em 1942, como represália ao assassinato de Heydrich (governador das SS) em Praga, uma unidade das SS exterminou toda a população masculina numa pequena localidade chamada Lidice. Durante esta operação, alguns funcionários das SS realizaram a seleção de crianças. De todas as crianças, 91 foram consideradas passíveis de serem germanizadas e enviadas para a Alemanha. As restantes foram enviadas para campos de concentração especialmente feitos para crianças (como Dzierzazna e Litzmannstadti) e mais tarde exterminadas.

É praticamente impossível saber o número exato de crianças raptadas nos países ocupados do Leste da Europa. Em 1946, foi estimado que mais de 250.000 foram raptadas e enviadas à força para a Alemanha. Apenas 25.000 regressaram à sua família legítima após a guerra. É sabido que muitas das famílias alemãs se recusaram a devolver as crianças que haviam sido recebidas dos centros Lebensborn. Em certos casos, as próprias crianças se recusavam regressar à família original, tendo sido vítimas da propaganda nazi que lhes tinha convencido que estas eram verdadeiramente alemãs.

Fonte. Clube dos Generais

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