Folha de São Paulo - 08/10/2009 - 10h20
John Demjanjuk, 89, suspeito de ter trabalhado como guarda em um campo de concentração nazista será julgado em 30 de novembro próximo por acusações de ajudar a matar 27.900 judeus durante a Segunda Guerra (1939-1945), informou um tribunal alemão nesta quinta-feira.
O julgamento de Demjanjuk, funcionário aposentado da indústria automotiva dos Estados Unidos, deve ser o último acusado na Alemanha por crimes de guerra da era nazista. O julgamento deve acontecer em Munique.
Demjanjuk, nascido na Ucrânia, era procurado há tempos pelo Centro Simon Wiesenthal, que procura suspeitos de crimes de guerra nazistas. O Wiesenthal diz que Demjanjuk empurrou homens, mulheres e crianças para câmaras de gás no campo de Sobibor, onde hoje é a Polônia.
Ele chegou à região em 1942, então como preso ucraniano, e iniciou sua cooperação com os nazistas. Demjanjuk sustenta que foi recrutado pelo Exército Soviético em 1941 e que foi capturado pelos alemães um ano depois e o mantiveram como prisioneiro até 1944.
Ele emigrou aos EUA em 1952 e passou uma vida tranquila até meados de 1970, quando Israel denunciou que ele fora guarda do campo de concentração de Treblinka, onde hoje é a Polônia. Ele foi julgado pela Justiça israelenses e condenado à prisão perpétua, mas o Tribunal Supremo anulou a sentença em 1993 quando os advogados da defesa apresentaram documentos da extinta União Soviética que provava que ele não era quem Israel dizia ser.
A Justiça de Munique reabriu as investigações e abriu um processo no qual acusava Demjanjuk pelos crimes cometidos em Sobibor, onde foram assassinados cerca de 250 mil judeus poloneses, alemães, tchecos, franceses, eslovacos e holandeses.
Demjanjuk nega qualquer participação no Holocausto e sua família afirma que a saúde dele é muito frágil para aguentar um julgamento.
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