17 abril, 2009

WW II - Tarawa : Parte I - 76 Horas no Inferno




A Batalha de Tarawa aconteceu durante a Guerra do Pacífico, na Segunda Guerra Mundial, entre 20 e 23 de novembro de 1943. Foi a segunda grande ação ofensiva terrestre dos Estados Unidos na guerra – após a Batalha de Guadalcanal e a subsequente retomada das Ilhas Salomão - e a primeira na região central do teatro do Pacífico.Como todas as batalhas travadas entre Japoneses e Norte-Americanos, enfrentaram grande resistência japonesa. Os 4500 japoneses entrincheirados no atol, bem armados e preparados, lutaram praticamente até o último homem, causando mais de 3100 baixas aos americanos, o maior proporcionalmente ao total de soldados envolvidos, de toda a guerra.

Tarawa

De maneira a conseguir bases em terra para apoio aéreo das operações aliadas no Pacífico central, nas Filipinas e contra o próprio território japonês, após as vitórias em Guadalcanal e nas Ilhas Salomão, os Estados Unidos precisavam recuperar as Ilhas Marianas, ocupadas pelo exército japonês desde antes da guerra. Estas ilhas estavam fortemente defendidas e para que os ataques contra elas fossem bem sucedidos, seria necessário um apoio preparatório de bombardeios aéreos para diminuir a resistência e o poder de fogo local antes da ofensiva terrestre.
A terra mais próxima das Marianas, de onde poderiam partir estes aviões, eram as Ilhas Marshall, a nordeste de Guadalcanal. Caso este arquipélago fosse conquistado, seria mais fácil um assalto frontal às Marianas, mas as comunicações entre as Marshall e o Havaí estavam sendo cortadas e monitoradas pela guarnição japonesa instalada na pequena ilha de Betio, no lado oeste do atol de Tarawa, nas Ilhas Gilbert. Assim, para que a invasão das Marianas fosse possível, a ofensiva Aliada teria que começar mais a leste, em Tarawa.
Os japoneses tinham bastante consciência de importância estratégica das Gilbert na guerra e tinham gastado bastante tempo e esforços na fortificação das ilhas. Tarawa estava ocupada por uma tropa de mais de 4000 soldados da elite do corpo de fuzileiros navais japonês, tanques, canhões anti-aéreos, sapadores e engenheiros do exército. Trincheiras ligavam todos os pontos da ilha, permitindo a movimentação de soldados rapidamente para qualquer ponto de defesa ameaçado e o comandante da guarnição, contra-almirante Keiji Shibazaki, proclamava que seriam necessários “um milhão de homens e cem anos para que Tarawa fosse conquistada”.

A invasão

A força de invasão norte-americana era a maior, até aquele momento da guerra, a ser posta em operação contra um único objetivo. Faziam parte dela 17 porta-aviões, 12 encouraçados, 12 cruzadores, 66 destróieres e 36 navios de transporte, que carregavam cerca de 35.000 soldados da 2ª Divisão dos Marines e da 27ª Divisão de Infantaria do Exército.As forças navais abriram fogo sobre Tarawa em 20 de novembro de 1943, despejando projéteis de alto calibre sobre a ilha por cerca de uma hora e meia, causando a destruição da maioria dos canhões japoneses de defesa do atol. Com uma largura de apenas algumas centenas de metros em alguns pontos, a ilha foi transformada numa paisagem lunar, antes mesmo que qualquer soldado americano pisasse nela. No começo da invasão terrestre, imaginava-se que após o bombardeio não haveria mais ninguém vivo em terra em condições de defendê-la. Nos próximos três dias mais de mil americanos mortos comprovariam o engano.

Baixas


Ao fim dos combates em Tarawa, apenas 1 oficial, 16 soldados e 129 trabalhadores escravos coreanos se renderam aos americanos, de um total de mais de 4500 soldados que defendiam a ilha no início da invasão, todos mortos num combate até o último homem.
Entre as tropas americanas, 1001 mortos e 2296 feridos apenas entre os marines, atestam a violência dos combates e a resistência desesperada dos defensores. As forças dos Estados Unidos eram sete vezes maiores e mesmo assim os japoneses foram capazes de infligir um alto grau de perda em vidas entre os invasores, o que não esperado pelos comandantes da ação.
As perdas em Tarawa causaram grande reação entre a opinião pública americana, que não entendia como tantos soldados morreram apenas para conseguir conquistar uma pequena ilha no meio do nada no Oceano Pacífico, o que mostrava as dificuldades que os Aliados teriam pela frente em sua missão de derrotar o Japão.
As grandes perdas, causadas por uma resistência desesperada e pela dificuldade de coordenação das operações anfíbias combinadas na ilha, serviriam de grande lição e experiência aos americanos, que delas se utilizariam mais tarde, no desembarque em outros atóis do Pacífico e principalmente dois anos depois, nos planejamentos para a Batalha de Iwo Jima.

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