01 julho, 2010

Georg Patton, o senhor da guerra

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Polêmico, extravagante, patriota e anticomunista ferrenho, o general norte-americano George Smith Patton (1885-1945) foi um dos personagens mais extraordinários da Segunda Guerra Mundial. No comando do 3º Exército dos Estados Unidos, ganhou notoriedade por cruzar a Europa a uma velocidade espantosa, percorrendo 2 mil quilômetros e reconquistando 200 mil quilômetros quadrados de território. Seus homens libertaram cerca de 12 mil cidades e povoados, fizeram 1,2 milhão de prisioneiros, deixaram 386 mil feridos e mais de 144 mil soldados mortos.

Patton era odiado e amado na mesma proporção por seus comandados. Certa vez, esbofeteou um soldado que chorava num hospital militar, após a tomada de Palermo. “Você é um covarde. Não vou permitir que um safado poltrão chore na frente de outros feridos. Mandem-no para o front”, esbravejou o “bode velho”, como também era conhecido o general.

Uma atitude grosseira, que parecia não combinar com um homem casado, duas filhas, que tratava seu bull terrier Willie com desmedido carinho, falava francês, compunha poesias, gostava de desenhar seus uniformes e portava uma pistola Colt 45 com cabo revestido de marfim e suas iniciais gravadas em preto. Mais extravagante que isso só o fato de acreditar em reencarnação. Patton jurava ter lutado em Tróia, engrossado as legiões romanas de Júlio César contra Átila e participado das guerras napoleônicas. “Ele era um militar personalista, rebelde e talentoso, que virou mito no Pós-Guerra”, afirma Carlos Eduardo Riberi Lobo, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Assunção – Unifai.

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Por conta de sua incrível capacidade de liderança e domínio da artilharia motorizada, Patton experimentou ascensão meteórica no Exército. Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra, em 1941, o general Dwight Eisenhower, ex-companheiro dos tempos de caserna e comandante supremo dos aliados, convocou-o imediatamente. Não se arrependeu. Em novembro de 1942, sob a liderança do estreante Patton, o Marrocos, a Argélia e boa parte da Tunísia foram libertados – o general alemão Erwin Rommel e seu famoso agrupamento de tanques Afrikakorps ficaram encurralados na capital, Túnis.

Como ressalta Antonio Pedro Tota, professor de História Contemporânea da PUC-SP, o 3º Exército dirigido por Patton tornou-se referência militar. “Foi o mais longe, o mais rápido e combateu mais divisões em menos tempo que qualquer outro exército na história dos Estados Unidos.”

No sul da Itália, Patton escancarou sua rivalidade com o general britânico Bernard Montgomery (1887-1976), um dos aliados com quem mantinha inequívoca disputa. O outro adversário era o então vice-comandante americano Omar Bradley (1893-1981), que o ultrapassou na cadeia de comando graças, sobretudo, ao caso do bofetão, mencionado anteriormente. Foi para ele que Patton perdeu a direção da Operação Overlord, o desembarque aliado na Normandia (1944), na França, a maior invasão marítima da história, com quase 3 milhões de soldados.

Na Sicília, Patton recebeu ordens superiores para defender os flancos de Montgomery, que encontrara inesperada resistência ao tentar encurralar o inimigo e precisava de auxílio. O papel de coadjuvante não foi bem digerido. Simulando problemas na transmissão, o general americano seguiu sua estratégia e conseguiu resgatar o restante da ilha, chegando à frente do rival. A Operação Husky foi a maior batalha de blindados de todos os tempos, e levou à prisão de Mussolini e ao fim do regime fascista na Itália.

Com o fim da guerra, Patton foi designado para um posto administrativo na Baviera. Três meses depois de sair da ativa, em dezembro de 1945, um tanque sem freios esmagou seu veículo, num acidente tido por muitos como suspeito. “Alguns estudiosos levantam a hipótese de que a Máfia estava por trás, mas isso nunca foi provado”, diz o professor Lobo. Gravemente ferido, morreu em 21 de dezembro e foi enterrado em Luxemburgo, ao lado dos combatentes mortos na batalha de Ardenas. Até hoje, é o único general americano sepultado fora de sua terra natal.

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Com a palavra, George Patton

“Quando eu quero que meus homens se lembrem de alguma coisa muito importante, capricho nos palavrões. Pode não soar bem entre um bando de velhinhas, mas ajuda meus soldados.”

“Nunca aceite seus medos como conselheiros”

“O objetivo da guerra não é morrer pelo seu país. É fazer o idiota do outro lado morrer pelo dele.”

“Nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que deve ser feito e elas o surpreenderão com sua engenhosidade.”

“O que é sucesso? É aquele impulso com que você pula depois que bateu no fundo.”

1 comentários:

Anônimo disse...

Desculpa, mas a maior batalha de blindados da história deu-se em Kusk, na Rússia. E Patton, evidentemente, dela não participou.

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